É improvável que nos arrozais do Laos do ano 2000 germine uma solução elegante para um problema que as maiores empresas do setor ainda lutam para resolver. O país é pobre, quase primitivo. Restos mortais da Guerra do Vietnã sujam a paisagem. As bicicletas são o principal meio de transporte. Poucas casas possuem comodidades habituais como eletricidade e telefone, o que dirá computadores e acesso a internet! O arroz é o sustentáculo econômico e a base para um dos poucos mercados viáveis. Quase todo mundo cultiva arroz. No entanto, os agricultores não sabem o preço do arroz na comunidade vizinha, pois a informação simplesmente não chega. Até que...
Um jovem com conhecimentos de infra-estrutura telefônica dedica-se à missão de manter os agricultores de arroz informados. Em um mundo isolado e atrasadíssimo, ele cria um sistema universal de e-mail sem fio, conectando velhos computadores por meio de antenas baratas. O custo da aparelhagem? Menos de $200. Ele não se deixa intimidar pela falta de eletricidade e alimenta seu sistema com o único recurso disponível imediato: a energia humana do pedal. Uma operação simples, de duas pessoas. Uma delas pedala uma bicicleta imóvel ligada a um pequeno gerador que produz a eletricidade para ligar o computador, e a outra envia o e-mail com o preço do arroz. O sistema logo vira uma rede que cobre todo o Laos e conecta o país à internet através do único local de acesso, a capital Vientiane.
Enquanto governos e grandes empresas de todos os outros lugares lutam pelo espectro wireless para criar e lucrar com a terceira geração (3G) das redes wireless, o Laos implementa um sistema universal sem fio simples para quem precisa da cotação do arroz em tempo real, a fim de poder competir com as comunidades da vizinhança.
Não é bonito, moderno nem sofisticado. Mas é elegante.
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